domingo, 20 de novembro de 2011

MAR PORTUGUÊS-Vila do Conde


Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal

Sao lágrimas de Portugal

Por te cruzarmos, quantas maes choraram,

Quantos filhos em vao rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, o mar!



Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma nao é pequena.

Quem quer passar alem do Bojador

Tem que passar alem da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele e que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O LADO NEGRO NO CASTRO DE SANTIAGO

Há um mês atrás, nas minhas visitas a este espaço único em termos paisagísticos e históricos (CASTRO DE SANTIAGO), deparei-me com este cenário que as fotos documentam.
Infelizmente, ainda há gente com uma total falta de civismo e de interesse pelo património e bem comum!

O que fariam os antigos habitantes deste espaço se deparassem com o(s) autore(s) de tal crime?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

sábado, 3 de setembro de 2011

O TRALHÃO





Os tralhões ou taralhões são umas pequenas aves de arribação da Ordem dos Pássaros e da família dos Muscicápidas, também conhecidos por papa-moscas, fura-figos, moscanho, tarrascas, etc. Muito semelhantes ao Pisco mas sem papo amarelo. O papo e a parte inferior são de cor clara, próxima do branco.
Em Setembro, recordo os meus tempos de infância pelos montes, vales e socalcos de Figueiró da Granja. A rapaziada juntava-se logo pela manhã "armadilhada" com os "costilos" ou costelos (nome dado às armadilhas para apanhar pássaros). No dia anterior, já tínhamos apanhado a "aúde" (formigas com asas) que serviam de isco. Dirigiamo-nos em direcção às propriedades que tinham oliveiras e árvores de fruto para apanhar um pássaro, ao qual nós dávamos o nome de "tralhão" que depois de depenado e frito era um óptimo petisco. A "Costa" era o meu local preferido, já que é aí que os meus pais têm uma pequena propriedade. Como era emotivo colocar as armadilhas debaixo dessas árvores e, aquando das várias "rondas", verificar que tinhamos apanhado "mais um"!
Como nos sentíamos orgulhosos ao entrar na aldeia com os "tralhões" atados uns aos outros formando um cordão que colocávamos ao peito. Talvez um acto um pouco cruel, todavia eram momentos de camaradagem e emoção que marcaram a minha infância em Terras de Algodres.

costelo (11).JPG

domingo, 24 de julho de 2011

A IDENTIDADE DE UMA TERRA


A identidade de uma comunidade manifesta-se através das mais variadas formas. A história, as cantigas, as danças, as lendas, são algumas dessas manifestações que urge perservar. As pessoas e os seus contributos para o bem comum local deverão ser referências para os mais novos. A identidade de uma região e a sua consolidação requer a existência de lideres fortes que sirvam de motores para o desenvolvimento. Os mesmos devem ser pontos de unidade e o garante da defesa dos direitos das pessoas que representam. Todos aqueles que vivem longe do berço natal são também eles transmissores de uma identidade local que tem os olhos virados para a ESTRELA (SERRA). Um identidade local só tem futuro se se virar para o exterior e souber aproveitar tudo o que de bom os outros nos transmitem.
As manifestações sociais e culturais devem espelhar o viver e o sentir de uma terra.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A NOITE DE S.JOÃO EM TERRAS DE ALGODRES


As ruas naquela tarde de Junho, exalavam um cheiro especial. Os rosmaninhos começavam a amontoar-se pelas ruas e largos da aldeia. Os petizes já tinham ido aos montes buscar a flôr do S. João. Iniciava-se a construção das pequenas capelas com o Santo emprestado pelas senhoras mais idosos e com múltiplos apelos para que não o partissem.
António e Carlos lideravam as festividades na sua rua. Foram eles quem construiram a capelinha do S. João com mimosas e giestas.
A noite trazia sons, cores e cheiros à aldeia linda. Dos Rádios/gravadores jorravam os primeiros acordes do "Viva o Santo António, Viva o S. João...". As sardinhas assadas eram acompanhadas com o bom e puro vinho das videiras mimadas e acarinhadas pela gente que trabalha o campo.Esse amor era compensado com um néctar que não provocava qualquer dor de cabeça no dia seguinte. A alegria estava no ar! O "Zé Mau" (mau de nome mas bom de coração), acompanhado do seu gravador percorria todos os pontos de encontro daquela terra. Em todos, ele era bem-vindo e convidado a "beber mais um copo".

quarta-feira, 13 de abril de 2011

UMA OPOSIÇÃO FORTE FAZ UM CONCELHO FORTE II

Há alguns anos atrás, escrevi o artigo que o link apresenta. Hoje, apesar de me encontrar longe da terra que me viu nascer, vou constatando que tem havido uma mutação. Parece-me que há uma oposição que apresenta ideias e que não tem receio em dizer o que pensa sobre a coisa pública local. Não é já só em época eleitoral que se tornam visíveis! Como consequência, constata-se que são múltiplos os eventos que vão surgindo; há maior transparência e no concelho de Fornos de Algodres passou a existir mais debate. Os blogs que as duas maiores forças política possuem nomeadamentehttp://sempreporfornos.blogspot.com/ e http://ps-falgodres.blogspot.com/ tem permitido que haja uma troca de opiniões, com elevação,  sobre os temas actuais da realidade concelhia. Com esta nova realidade, quem fica a ganhar é a democracia e o concelho de Fornos de Algodres.

domingo, 3 de abril de 2011

RIO MONDEGO, "AS TERMAS DAS TERRAS DE ALGODRES"

"Mondego, no Verão sereno e brando
Turvo no Inverno, bravo e dissoluto.


Diz o Abade Vasconcelos que não há no termo desta vila, fonte nem lagoa que por suas águas, ou suas virtudes seja célebre, mas que o Mondego "remedeia com seus banhos a quem os necessita".
(...)as águas deste rio são mui delgadas claras e salutares e os seus banhos são bons para curar dores ictérias e nephriticas e para escrobutos, espasmos e convulsões e para os achaques cutaneos como são pruridos, chagas e lepras".
O povo canta:
Ó água do rio, ó água,
Ó água do Mondego,
Quem te bebe dor não teme,
Da doença não tem medo

In Terras de Algodres, Mons. Pinheiro Marques

domingo, 13 de março de 2011

A SOCIEDADE CIVIL A EMERGIR


Nunca o termo "crise" foi tão utilizado como hoje. Todos nós estamos a sentir as consequências das medidas através das quais este governo, a toda a hora nos atrocida para colocar em ordem as contas públicas. Quando se pensava que as medidas tomadas eram suficientes, acreditando assim nas palavras de quem nos governa, no dia seguinte parece que tudo se esqueceu e nova medidas surgem. Assim, como é que os nossos políticos podem gozar da nossa confiança? Por que não colocar verdade "nua e crua" perante todos nós? Só se entende que seja por táctica política. Como é que a sociedade civil pode confiar nesta classe política? 
As manifestações que emergiram pelas nossas cidades no dia 12 de Março parece ser um acordar de todos nós para a realidade. Nestas manifestações, onde eu também estive (Porto), pude constatar nos discursos do cidadão comum  uma vontade de um novo 25 de Abril onde o cidadão comum tem que ter um papel fundamental. Esta classe política está desacreditada...
O desgoverno do país ao longo dos anos, fez com que chegássemos a este cenário. Provavelmente, estas medidas até são necessárias para credibilizar o nosso país. Todavia, a falta de verdade ao longo dos anos é que não se compreende!
Não terá este cenário um certo paralelismo com a nossa autarquia, onde a dívida é enome, tendo em conta a camada populacional existente?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

UM PASSEIO EM FAMÍLIA POR MONTES E VALES




No pretérito fim-de-semana, fiz um  reconfortante passeio em família pelos montes a vales da nossa terra. Realmente, só quem está algum tempo longe e no meio da grande urbe se apercebe de como é bom usufruir dos ares, cores, paisagens, sons das nossas terras que, infelizmente, se encontram cada vez mais abandonadas.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

CANTIGAS DA NOSSA TERRA

Corta, corta, ceitorinha
não te vires para o norte,
que o dinheiro do patrão
não se ganha dessa sorte.

Por cima se ceifa o pão,
por baixo fica o restolho,
ó menina não se fie
no rapaz que pisca o olho
 Lá baixo vem a raposa
c'o seu rabo pelo chão,
"précurando" ao pastor
se tem borregos ou não;
o pastor lhe respondeu:
"précurai-o" ao meu cão.

domingo, 23 de janeiro de 2011

UMA ANEDOTA EM DIA DE ELEIÇÕES

A Despedida


No jantar de despedida, depois de 25 anos de trabalho à frente da paróquia, o padre discursa:
- A primeira impressão que tive desta paróquia foi com a primeira confissão que ouvi. A pessoa confessou ter roubado um aparelho de TV, dinheiro dos seus pais, a empresa onde trabalhava, além de ter aventuras amorosas com as esposas dos amigos. Também se dedicava ao tráfico de drogas e havia transmitido uma doença venérea à própria irmã. Fiquei assustadíssimo. Com o passar do tempo, entretanto, conheci uma paróquia cheia de gente responsável, com valores, comprometida com sua fé.
Atrasado, chegou então o Presidente da Câmara para prestar uma homenagem ao Padre. Pediu desculpas pelo atraso e começou o discurso:
- Nunca vou esquecer o dia em que o Padre chegou à nossa paróquia. Como poderia? Tive a honra de ser o primeiro a me confessar.

Seguiu-se um silêncio assustador.

MORAL DA HISTÓRIA: Nunca se atrase.
Mas quando se atrasar, fique de boca fechada!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

FERNANDO NOBRE

"Sonho com um país do qual os meus filhos e netos tenham o mesmo orgulho que eu sinto em ser português."

ÚLTIMO ARTIGO DESTE BLOG: AUTÁRQUICAS 2013 E ALGUMAS MEMÓRIAS DA POLÍTICA LOCAL

Numa altura em que, finalmente  e felizmente ,  a alternância democrática na autarquia de Fornos de Algodres é uma realidade, resultado de ...