domingo, 18 de outubro de 2009

A SEGUNDA-FEIRA DE FEIRA


"Amanhã é segunda-feira de feira?" Era muitas vezes esta a pergunta que se fazia quando a noite de domingo se aproximava. O fim-de-semana prolongava-se com a ida à feira na vila. É um dos poucos pontos de encontro para toda a comunidade do concelho de Fornos de Algodres.
Todo o ritual começava de manhã na "paragem das carreiras", como diziamos nós.
Inicialmente, de mão dada aos nossos pais, lá íamos nós! A subida até ao local da feira era um ritual que se fazia com prazer de 15 em 15 dias. As razões desta visita à feira estavam numas botas que ajudassem a passar o rigoroso Inverno; num casaco protector do frio; no pano para se mandarem fazer umas calças; ou simplesmente no gosto que os nossos pais tinham em mostrar o petiz que de feira para feira ia crescendo.
Com a adolescência e os primeiros anos de juventude acrescentavam-se outras motivações...
Agora, já adulto, vão rareando cada vez mais a visita a um dos poucos eventos que possibilita o encontro e criar laços entre todos os habitantes das Terras de Algodres.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

UM SONHO

Sonhei que a terra que me viu nascer, em 2009, era uma terra com futuro. As gentes da minha terra, onde eu me incluo, já não necessitam de partir em busca de melhores condições de vida. O Turismo passou a ser a grande fonte de rendimento do concelho. As pessoas começaram a reconstruir as casas paternas; os casais começam a fixar-se e as escolas primárias começam a reabrir. Uma escola profissional, entretanto abriu. Os nossos jovens têm uma outra alternativa na sua formação. As aldeias começam a ter vida, havendo uma convivência sã entre mais novos e mais velhos. Os usos e costumes antigos passam a fazer parte do programa cultural da Câmara. Em cada aldeia há uma associação recreativa e cultural e não só associações de carácter social. Ao longo do ano, estas associações relembram o viver e o sentir dos nossos antepassados. Os Ranchos Folclóricos e grupos musicais começam a ouvir-se e a fazer-se ouvir pelo país. As pessoas começam a acreditar nas suas capacidades para desenvolver a sua terra. Todos os palmos de terra são agora cultivados, dotados da melhor tecnologia. O vinho, o azeite e o queijo passaram a ser a triologia que se associa a uma gastronomia única.
A nossa terra é agora visitada por muitos turistas. Estes, agora, têm casas reconstruídas onde podem desfrutar das belas paisagens do nosso concelho. A Empresa fundada para dar vida às casas abandonadas, passou a ser fonte de receita para os cidadãos do meu concelho. Os turistas apreciam o pastar de rebanho e todo o cerimonial que o envolve. A ideia do meu amigo Albino concretizou-se: agora temos um parque temático sobre o queijo da serra e tudo o que o envolve. São vários os percursos pedestres que possibilitam usufruir das belas paisagens e dos monumentos que esta terra possui. No rio Mondego, fazem-se percursos de canoa. Como é saboroso ouvir as aves cantar, a brisa bater nas faces e sentir os cheiros!
Perante esta realidade, as pessoas são livres, pois têm o seu rendimento no final do mês. O seu emprego é agora fruto do seu empenho e não de um compadrio de qualquer índole. As eleições locais são agora momentos de festa e de convívio. As pessoas participam activamente na eleição dos seus representantes, respeitando aqueles que pensam de maneira diferente.

Acordei! O sonho era maravilhoso para estas terras e para as sua gentes!

Há que acreditar, pois "sempre que o homem sonha, o mundo pula e avança".

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