quarta-feira, 7 de maio de 2008

TÓ MATOS, UM EXEMPLO DE DEDICAÇÃO A FIGUEIRÓ DA GRANJA (Parte I)


Em Julho de 1999, no jornal "O Figueirola", realizámos uma entrevista (estruturada pela Irene Ferreira) a um conterrâneo que durante anos esteve emigrado em França e sempre nutriu um grande amor por Figueiró da Granja. Actualmente, o Tó Matos como familiarmente é tratado, reside em Figueiró e, desinteressadamente, tem contribuido através da música e da participação em múltiplas actividades, para o bem comum da nossa terra.

Hoje, quero destacar esta personalidade que felizmente ainda está entre nós e que muito tem dado a Figueiró da Granja. É esta entrevista que aqui ousei reproduzir, pedindo, desde já desculpa ao visado, por não ter solicitado autorização para a publicar neste meu espaço.


ANTÓNIO MATOS, O EMIGRANTE DESEJOSO DE REGRESSAR


Entrevista ao Sr. António Matos, emigrante em França e tão acarinhado pelas gentes de Figueiró. O se amor pela pátria está bem patente nesta entrevista.


O Figueirola - Em que ano é que foi para França? Que idade tinha?

António Matos - Fui para França em 1977, quando tinha 22 anos.

F. - Qual foi o motivo que o levou a ir para o estrangeiro?

A.M. - Quando casei, a minha esposa já lá estava. Havia dificuldades em arranjar emprego em Portugal e então decidi ir para França.

F.- Antes de ir para a França, o que é que fazia?

A.M.- Fui como voluntário para a Força Aérea, onde estive 3 anos. Aí, fiz parte da banda de música. Recebia um salário muito pequeno, mal dava para os botões.

F.- Após a sua chegada a França, sentiu algumas dificuldades. Quais?

A.M.- No princípio, senti algmas. A principal dificuldade residia no facto de eu não saber a língua francesa. No entanto, estas foram superadas gradualmente por causa do contacto com a minha esposa que já sabia falar a língua e dos contactos no emprego que me obrigavam a falar a língua estrangeira.

F.- Em nenhum momento da sua estadia lhe apeteceu deixar tudo para trás e voltar para Portugal?

A.M. - O primeiro ano foi difícil. Tive de esperar que legalizasse a minha situação em França. Esta só foi conseguida depois de estar um ano na França e depois de ter de ter vindo a Portugal por mais três meses. Só aqui foi possível então arranjar papeis que levei para França para me passarem outros para poder lá estar. Portanto, muitas vezes me apeteceu deixar tudo e voltar para Portugal, pois estive um ano sem trabalhar e se papeis.


(Continua no próximo post)



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