domingo, 1 de fevereiro de 2009

O PODER INSTALADO

No largo da aldeia existia a taberna do Tio Zé. Era um local com um grande balcão em madeira, coberto por uma tira de mármore. As mesas, em feitío de um pipo, tornavam aquele espaço romântico, ou melhor, pré-romântico. Raro era o dia em que não havia um joguito de sueca. Por vezes, o jogo era de tal modo vivido, complementado pelos copos, provocava algumas zaragatas entre os ilustres jogadores.
Naquela noite, encontrava-se Artur a conversar com o José Pedro e o Lucas, emigrante em França. Os temas das conversas eram sobre futebol, política e as novidades que entretanto iam surgindo na aldeia. O aproximar das eleições, torna o tema das autárquicas de uma actualidade extrema. A determinada altura diz o Artur:
-Quase nem era necessário haver eleições... Já todos sabem quem vai ganhar!
-Infelizmente, falta gente de coragem para enfrentar o poder instalado... -retorquiu o amigo José Pedro.
-Em França, verifica-se uma rotação nos executivos do poder local. -disse o emigrante.
- Como consequência, o país é mais desenvolvido que o nosso!- Cocnluiu Artur.
-Tens razão. Mas, porque não arranjas uma equipa e te candidatas, Artur?- desafiou o emigrante.
-Terias todo o meu apoio.-Concluiu o José Pedro.
-É muito difícil!...
Artur regressou a casa, pensativo. Como era habitual, fez a sua leitura, hábito que herdara desde os bancos da escola. A determinada altura, confrontou-se com a seguinte frase: "Quem não se arrisca a uma derrota, jamais alcançará uma vitória".

5 comentários:

Amaral disse...

João Paulo
Infelizmente em Portugal os lugares do poder parecem hereditários. Há que aproveitar... assim nada melhor para enriquecer.
Boa semana
Abraço

Al Cardoso disse...

De facto a ultima fraze deveria fazer pensar muita gente!

Um abraco dalgodrense amigo.

Anónimo disse...

"Quem não se arrisca a uma derrota, jamais alcançará uma vitória".

Apetece-me transportar esta frase para a avaliação dos professores e dizer:

Simplex ou Novas Oportunidades para professores!

O Guia de Sucesso ou Simplex (Des(crédito) (sem)Reg(ras) nº1,2,3…-ABC/2007,8,9…) é publicado este ano pela primeira vez (mas é para continuar em modelo “complex”). Nele se reúne, de forma desorganizada, a informação sobre como chegar a professor titular ou progredir na carreira de um modo simplex e cheio de oportunismo. Trata-se de um instrumento fundamental de apoio a professores, possibilitando um caminho facilitador, sem olhar a meios para atingir os fins.
O Simplex tem dois tipos de destinatários principais: por um lado, os jovens professores que estão a construir o seu percurso; por outro, os professores adultos que procuram elevar os seus níveis de individualismo e de falta de solidariedade! É ainda útil para quem se via confrontado com a necessidade de mudar de professor avaliador e/ou para quem não queria aulas assistidas.
É assim disponibilizado um instrumento que facilitará a concretização de uma das principais medidas da iniciativa governamental Simplex ou Novas Oportunidades para alguns professores: generalizar o facilitismo, transformando-o em patamar de qualificação/avaliação dos professores. Essa generalização passa por diminuir a oferta e impedir o progresso e o acesso, à maior parte dos professores ao topo da carreira (25% apenas). Passa também por disponibilizar ofertas (remunerações) a presidentes dos conselhos executivos ou futuros directores, para que mais professores sejam “obrigados” a entregar os objectivos individuais levando a um clima de “guerrilha” nas escolas, deixando para segundo plano os ALUNOS.

"Estes (professores) não arriscaram, por isso jamais sairão vencedores!"

Anónimo disse...

“Aproxima-te um pouco de nós, e vê. O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos já não se crê na honestidade dos homens públicos...”

Eça de Queirós
"As Farpas",1871

Demonstremos que existe gente que ousa vencer e que Eça não estava totalmente certo. Ou será que estava?

Um abraço
Luís

João Paulo Lopes Clemente disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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