

"Descalça vai para a fonte
Leonor pela verdura;
Vai formosa, e não segura."
Desde os tempos mais antigos, a fonte foi sempre motivo de inspiração para os poetas. O grande Camões não foge à regra. Antigamente, a fonte era dos poucos pontos de encontro. Os rapazes e as raparigas utilizavam-no, a pretexto de irem buscar a água, para regarem a relação amorosa. Paralelamente, servia para as pessoas adultas colocarem a conversa em dia, conversando acerca da vida pessoal e alheia.
Na nossa terra, ainda vão existindo vários fontanários que em tempos idos também eles testemunharam o início de muitas relações amorosas e ouviram novidades que ocorriam na freguesia.
Hoje, estes espaços são locais sem vida mas que urge conservar e divulgar pois fazem parte do viver e do sentir de um povo.
Em Vila Chã, fotografei este belíssimo fontanário que, de certeza, também ele teria muito que contar acerca da vida da freguesia.
Já alguém se lembrou elaborar uma colecção de postais que divulgassem este tipo de património das Terras de Algodres?