O Figueirola
Um espaço de opinião, divulgação e promoção das Terras de Algodres
quinta-feira, 28 de março de 2024
BEIRA ALTA: USOS E COSTUMES EM TEMPO QUARESMAL...
"Também durante a quaresma até domingo de Páscoa há o uso de um homem e uma mulher, ordinariamente pessoas solteiras, se mandarem rezar. Engancham os dedos mínimos um no outro dizendo: "enganchar enganchar, domíngo de Páscoa hei de te mandar rezar, reza". Aquele que foi mandado rezar, depois do sol posto, fica com o cepo e o que ficar com o cepo em domingo de Páscoa, tem de dar ao outro as amêndoas".
in, Terras de Algodres, Mons. Pinheiro Marques
Apesar de não me considerar muito velho, fiz a leitura deste texto da obra "Terras de Algodres" e recordo os meus tempos de infância em percorríamos as ruas da aldeia para mandar rezar aqueles com quem tínhamos "Enganchado". Era muitas as peripécias que se faziam para não ficarmos com o cepo. Esses usos e costumes faziam com que os genuínos laços de amizade se solidificassem e entre os membros da freguesia houvesse um verdadeiro clima de família. Receio que actualmente este uso não seja tão frequente pelas Terras de Algodres.
terça-feira, 1 de outubro de 2013
ÚLTIMO ARTIGO DESTE BLOG: AUTÁRQUICAS 2013 E ALGUMAS MEMÓRIAS DA POLÍTICA LOCAL
Numa altura em que, finalmente e felizmente, a alternância democrática na autarquia de Fornos de Algodres é uma realidade, resultado de uma oposição responsável e persistente, urge ter memória e não esquecer os anos em que muitos militantes e simpatizantes, em momentos difíceis, deram a cara pelo PS e, por causa disso, foram muitas vezes caluniados e apontados como causadores de desunião. Como é evidente, estão nesta primeira linha os dirigentes locais do Partido Socialista, Eng. Carlos Costa, Dr. Manuel Fonseca (atual presidente da Câmara), o Dr. João Rui, o Prof. Gomes, Dr. Manuel Gonçalves, vereadores, etc. As convicções ideológicas e o espírito de persistência manifestados ao longo dos anos são-lhes, hoje, finalmente reconhecidos pelo povo das Terras de Algodres.
Num passado relativamente recente, o medo e, ao mesmo tempo, a conveniência de estar com o poder instalado que, nessa altura, vivia tempos de vacas gordas fazia com que houvesse alguma dificuldade em arranjar listas nas diversas freguesias. O "ouro" oriundo da UE permitia ganhar eleições ao poder instalado. Nessa altura, ser-se do PS, por estas terras do interior não era fácil. Recordo as eleições em que o candidato à Câmara era o Eng. Carlos Costa ; o candidato à Assembleia Municipal era o Dr. João Rui e o candidato à Junta de freguesia de Figueiró da Granja era o José António Neves, lista da qual eu e o atual presidente da junta, Álvaro Santos, também fazíamos parte. Não tenho dúvidas que, se nessa altura o PS tivesse ganho (faltou o quase), hoje as gentes da minha terra viveriam melhor. Após essas eleições, enquanto ao lado se festejava vitória, em casa do candidato do PS, tristes com a derrota, um popular exclamava "Ah povo cego!". Como é evidente não concordando, pois o povo é soberano, percebia este desabafo.
Num passado relativamente recente, o medo e, ao mesmo tempo, a conveniência de estar com o poder instalado que, nessa altura, vivia tempos de vacas gordas fazia com que houvesse alguma dificuldade em arranjar listas nas diversas freguesias. O "ouro" oriundo da UE permitia ganhar eleições ao poder instalado. Nessa altura, ser-se do PS, por estas terras do interior não era fácil. Recordo as eleições em que o candidato à Câmara era o Eng. Carlos Costa ; o candidato à Assembleia Municipal era o Dr. João Rui e o candidato à Junta de freguesia de Figueiró da Granja era o José António Neves, lista da qual eu e o atual presidente da junta, Álvaro Santos, também fazíamos parte. Não tenho dúvidas que, se nessa altura o PS tivesse ganho (faltou o quase), hoje as gentes da minha terra viveriam melhor. Após essas eleições, enquanto ao lado se festejava vitória, em casa do candidato do PS, tristes com a derrota, um popular exclamava "Ah povo cego!". Como é evidente não concordando, pois o povo é soberano, percebia este desabafo.
Nessa altura, difícil, há que recordar igualmente tanta gente simples que não teve receio e vergonha de fazer parte das listas do PS.
Recordo, ainda, a vinda a minha casa do presidente da Câmara que está a terminar o seu mandato e do seu vice na tentativa de tomar outra opção e ser candidato a deputado para a assembleia municipal pelas listas do PSD. Como é evidente, convicto de que Fornos necessitava de mudar, a minha resposta foi sempre negativa.
Para alguns, hoje, estrategicamente, é fácil e dá jeito ser-se do PS. Para a maior parte que votou hoje no PS e lhe deu a vitória, não tenho dúvidas que o fez por convicção, acreditando num novo projeto para o concelho onde os valores humanistas estarão na base da ação do seu presidente.
Nos últimos anos, apesar de distante por motivos pessoais e profissionais, assisti (graças às novas tecnologias) ao empenho e ao desejo da juventude local em mudar de política em Fornos de Algodres. Para além do Presidente eleito, destaco o meu conterrâneo Bruno Costa e Lote (desculpe esta forma de tratamento, pois não o conheço pessoalmente).
O presente só terá verdadeiro sentido se não esquecermos o passado.
Embora desejoso desta vitória de mudança, o meu contributo para esse facto foi diminuto, pois a minha vida familiar e profissional é, neste momento, no Norte.
Como cidadão livre que sou, senti que devia escrever estas palavras neste meu espaço, que foi e é, igualmente, daqueles que me visitaram.
O presente só terá verdadeiro sentido se não esquecermos o passado.
Embora desejoso desta vitória de mudança, o meu contributo para esse facto foi diminuto, pois a minha vida familiar e profissional é, neste momento, no Norte.
Como cidadão livre que sou, senti que devia escrever estas palavras neste meu espaço, que foi e é, igualmente, daqueles que me visitaram.
Daqui do Norte, desejo as maiores felicidades ao novo Presidente da Câmara, Dr. Manuel Fonseca e ao novo Presidente da Junta de Figueiró da Granja, Álvaro Santos.
Sendo este o culminar de um ciclo em Terras de Algodres, considerei que estava na altura de, igualmente, encerrar este espaço virtual de reflexão, promoção e divulgação da terra que me viu nascer, Figueiró da Granja e as suas Terras de Algodres. Agradeço, pois, a todos os que me visitaram através deste espaço e fizeram o favor de ler e comentar as notícias, mensagens, informações e reflexões que fui fazendo no decorrer destes anos. A todos, o meu bem haja!
Até Sempre!
João Paulo Lopes Clemente
segunda-feira, 29 de julho de 2013
CRISE, MENTIRA E ... MUTAÇÕES DE CONVENIÊNCIA
O termo"Crise", provavelmente, é das palavras mais utilizadas nos dias de hoje. Curiosamente, os grandes causadores da mesma são os que mais a proferem. A ânsia de ganhar eleições a todo o custo levou e leva a que os interesses da comunidade fossem/sejam atirados para segundo plano. A palavra "Mentira" está verdadeiramente unida ao termo "Crise". Uma, a mentira, que em campanha eleitoral era rainha, levou ao nascimento da outra, a Crise. Os ideais na governação eram/são manuseados pelo interesses particulares. O "Ser" perdeu na luta com o "Ter". As câmaras que hoje estão plenas de dívidas são, pois, um exemplo. Se o"Ser" (Ideais, sonhos) fosse a razão de quem nos governa, o "Ter" surgiria naturalmente e o bem comum ganharia. Quem "ontem" tinha responsabilidades políticas e apelava a que votassem em A, apela "hoje" a votar em B e, curiosamente, é-lhe reconhecida essa falta de coerência.
Mudar de opção política não é crime, caso contrário viveríamos num sistema totalitário. Todavia, urge aferir se essa mutação tem como objetivo atingir os efeitos das mutações anteriores que se utilizam de acordo com as coveniências e que depois se desprezam. Quem toma outras opções políticas não deve dar indícios (possivelmente errados) de que essa mudança surge visando interesses particulares.
Mudar de opção política não é crime, caso contrário viveríamos num sistema totalitário. Todavia, urge aferir se essa mutação tem como objetivo atingir os efeitos das mutações anteriores que se utilizam de acordo com as coveniências e que depois se desprezam. Quem toma outras opções políticas não deve dar indícios (possivelmente errados) de que essa mudança surge visando interesses particulares.
Criar uma sociedade sã, passa por formar cidadãos e, naturalmente, governantes com princípios. Estes ensinam-se em casa; alicerçam-se na escola e procura-se ser fiel a eles na idade adulta. Quando isto ocorrer, a desculpabilização da conjuntura internacional deixa de ser o bordão na lavagem da face de alguns políticos.
quinta-feira, 28 de março de 2013
sábado, 16 de março de 2013
CAFÉ "O EMIGRANTE", UM EXEMPLO DE RISCO, PERSISTÊNCIA E INOVAÇÃO
Tive conhecimento que o meu amigo Joaquim Paulo e a Teresa abriram, com novas instalações, o café "O Emigrante".
Este é, pois, um exemplo demonstrativo de um alguém que não receia o risco; é persistente e inovador.
Risco, uma vez que, nem todos se aventurariam a um investimento de raiz numa terra do interior, onde a popluação vai sendo cada vez menos.
Persistência, pois não desistiu do negócio apesar das contrariedades.
Inovação, visto que conseguiu trazer para a zona mais interior e antiga da freguesia este projeto. Com este investimento, o Largo das Eiras, espaço onde se costumam fazer as jornadas, passa a ter mais vida.
Parabéns, caro amigo e votos dos maiores sucessos!
quinta-feira, 7 de março de 2013
quarta-feira, 6 de março de 2013
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